terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A PRIMEIRA ÁRVORE DE OURO E O BONECO DE PINHO

               Em uma das versões de Pinócchio, o nosso famoso boneco de pinho é enganado por uma “raposa” e um “gato”, que lhe informam que se ele plantasse moedas de ouro no “Campo dos Milagres”, uma árvore carregada de novas moedas nasceria e com valores multiplicados. Esse desejo da ingênua criança de madeira não foi realizado, porém o dos malfeitores foi, que era o de roubá-la num momento que ela deixasse de vigiar as moedas plantadas.
Pinocchio, a raposa e o gato
                Claro que tudo isso nunca passou de um conto de fadas. Nem com os avanços da ciência fazer esse plantio com o retorno esperado foi possível, e nunca o será, haja vista ser uma ideia impossível.... quer dizer, esperamos que seja... ou não. Medo das inovações do século XXI
                Bem isso não importa agora. Essa foi só uma forma inútil mesmo de introduzir nosso mais novo quadro do http://www.engflorestalufg.blogspot.com/ : ÁRVORES DE OURO.
               Inútil nada, tinha um objetivo: abstrairmos da história o valor que uma árvore pode ter. Frutificando ou não moedas, a flora em geral, principalmente para nós, engenheiros e futuros engenheiros florestais, pode ser uma grande fonte de renda; também tem sua importância para agricultores familiares. Além de tudo ela é um meio de subsistência para tribos indígenas, e várias espécies da fauna mundial. É preciso apontar mais características que tornem a nossa flora tão valiosa, em todos os aspectos? Hummm...não né?
               Então deixemos de ladainha e vamos para o que realmente interessa:
LOGOMARCA OFICIAL
DO ANO INTERNACIONAL
DAS FLORESTAS

Aproveitando pelo fato de 2011 ter sido considerado pela ONU o “Ano Internacional das Florestas”, nada mais digno do que conhecermos, então, periodicamente, características de espécies importantes da flora mundial em diversos aspectos. E para começar escolhemos uma candidata de peso: A BARRIGUDA. Chame-a como quiser: árvore-de-paina, árvore-de-lã (sim, os frutos dela secretam internamente uma seda, parecendo lã ¬¬), paineira-de-espinho(na verdade elas têm acúleos robustos), sumaúma, paineira-branca ou paineira-rosa (depende da flor) ou ainda paineira-fêmea(ainda não ficou claro o feminismo desse nome, se ela é hermafrodita); mas para nós da UFG, segundo as aulas do Heleno, sempre será BARRIGUDA mesmo.
O NOME:
Barriguda ou paineira é muito fácil de pronunciar. Tentem dizer: Chorisia speciosa Saint-Hilaire; Pl. Us. Bras.13: t. 63, 1828. Tá digam só o gênero e o epíteto específico. Mas lembrem-se que todo esse conjunto de informações é o nome científico dessa espécie, pertencente a família Bombacaceae ou Malvaceae, subfamília Bombacoideae.
A MORFOLOGIA:
Ela é uma Angiosperma que pode chegar a 30 m de altura e a 120cm de DAP(Diâmetro à Altura do Peito).
FLOR DA PAINEIRA
A casca externa, ou súber(pra quem já viu 'anatomia vegeral') é verde nas árvores jovens e cinza-claro, com estrias verdes nas árvores adultas, lisa ou finamente fissurada, com descamação inconspícua (???aquilo que não é conspícua???). A casca interna (lê-se felogêneo + floema secundário) é de cor marfim, com estrias longas e rosadas.
Folhas: compostas, alternas, digitadas, com quatro a sete folíolos glabros, lanceolados com 10 a 15 cm de comprimento e 4 a 5 cm de largura, com margem serrilhada; pecíolo de 5 a 17 cm de comprimento
Flores: branco-arroxeadas ou branco-avermelhadas, com até 9 cm de comprimento por 3 cm de largura, vistosas, aveludadas, dispostas em racemos axilares e terminais, apresentando grande variação na cor de suas pétalas, do rosa intenso com estrias mais escuras até o rosa quase branco.
Fruto: de forma bastante variável, redonda ou alongada, geralmente oblonga, lisa, coriácea, brilhante, com 12 a 22 cm de comprimento e 4 a 8 cm de diâmetro, cinco lóculos (cavidades) deiscentes (isso foi redundante?), de cor parda, com fibras brancas. (Marzinek & Mourão, 1999). Cada fruto produz, em média, 120 sementes.
Sementes: marrom-escuras a pretas, pequenas, achatadas, redondas, envoltas por pêlos branco-amarelados (paina, lã), muito leves, elásticos e lustrosos, dispostas em cinco fileiras. As sementes contêm óleo (reserva para o vegetal no período de germinação).
ECOLOGIA:
Espécie Secundária. É muito solitária e não gosta muito de viver próxima de outras barrigudas, por isso tem uma distribuição ampla. Não é muito longeva (não é muito duradoura).
É encontrada naturalmente na Floresta Ombrófila Mista, onde é rara; e em outros tipos de florestas como a Estacional Decidual/Semidecidual, nos domínios da caatinga, na bacia do rio Uruguai e na UFG na saída do bloco ICB rumo a pamonharia.
REPRODUÇÃO
Polinizada normalmente por beija-flores e morcegos (quiropterofilia), mas principalmente por borboletas. Floresce no Verão e início do Outono. Frutificação inverno e início da primavera. Dispersão dos frutos anemocórica (pelo vento). É tolerante a várias condições edáficas (que diz respeito ao solo).
MADEIRA:
Leve, fraca e de rápido apodrecimento
pouco utilizada, sendo usada em aeromodelismo, material isolante, flutuadores, enchimento de portas, embalagens leves (folheados ou madeira compensada), caixas, forro de móveis, cochos, gamelas, tamancos, canoas, divisórias e outros usos que não requeiram resistência (Maixner & Ferreira, 1978).
resumindo: lenha de péssima qualidade.
OUTRAS UTILIDADES:
Óleo: constitui 15% a 20% das sementes, semelhante ao de algodão, aproveitável para fins industriais e alimentares (Wahnschaffe, 1931).
paina: pode ser usada como isolante acústico ou térmico. Substitui, com vantagem, a espuma dos travesseiros, podendo também, ser usada para enchimento de almofadas, acolchoados, cobertas, colchões, no forramento de agasalhos e estofaria de móveis, na fabricação de equipamentos de flutuação e salva-vidas.
Medicinal: da resina e da casca, cozidas juntas, faz-se uma espécie de emplastro, muito usado em medicina popular, no tratamento de hérnia, ínguas e queimaduras (Lopes, 1986; Franco & Fontana, 1997)
A Paineira
Paisagístico: planta de grande efeito ornamental, pelo porte avantajado, beleza das flores e por apresentar florescimento abundante e prolongado (Lorenzi, 1992). A paineira é freqüentemente cultivada em parques, praças, jardins e em avenidas nas cidades brasileiras, entre as quais, Foz do Iguaçu – PR (Costa & Kaminski, 1990). É espécie decorativa em qualquer estágio vegetativo, sendo usada na arborização rodoviária. Na zona rural, é usada como árvore de sombra e ornamentação das estradas de acesso e jardins das sedes das fazendas (Cesp, 1988; Silveira & Kirizawa, 1986).
Reflorestamento para recuperação ambiental: a paineira atrai muitas aves, principalmente os periquitos, que costumam freqüentar a espécie antes da época da disseminação, estraçalhando as cápsulas imaturas, à cata das sementes sob a paina úmida (Kuhlmann & Kuhn, 1947).

(FONTE: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/index_especies.htm)


 E AÍ, GOSTARAM? ENTÃO ESPEREM QUE AOS POUCOS POSTAREMOS MAIS. FAÇAM SUAS CONSIDERAÇÕES, DEIXEM SUGESTÕES E/OU PEDIDOS.

CONTINUEM ACESSANDO!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário