segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Falando mais de Silvicultura

PARA OS LEITORES QUE APRECIAM A SILVICULTURA DENTRO DO SETOR FLORESTAL, VALE A PENA DAR UMA LIDA NA OPINIÃO ABAIXO QUE COMPÔS O EDITORIAL DA ÚLTIMA EDIÇÃO DA REVISTA OPINIÕES: " O CAMINHO IDEAL DA SILVICULTURA BRASILEIRA"

SOLUÇÃO INTELIGENTE

Por Xico Graziano
Especialista em Meio Ambiente


Noutro dia, promovendo meu Almanaque do Campo, livro que lancei recentemente, destaquei o fato de o Brasil ainda manter preservados 517 milhões de hectares de florestas nativas, representando 60,7% do território nacional. Alguns estudantes presentes na palestra que eu ministrava duvidaram do número. Tive que provar.

Os ambientalistas, muitas vezes, apreciam raciocinar com o apoio negativo dos desastres ecológicos e se surpreendem quando enfrentam alguma informação positiva sobre o meio ambiente. Por isso fui ao ataque: nosso país não apenas mantém grande parcela da vegetação original, como está formando novas florestas.

Aí sim aumentou a incredulidade da minha jovem assistência. “Como assim?!” “Fácil”, retruquei. Existem quase 7 milhões de hectares plantados com florestas. Em comparação, todos os cafezais brasileiros somam 2,3 milhões de hectares. Quer dizer, crescem bilhões de árvores por aí afora.

A luta pela informação continuou. “Mas não são espécies exóticas”, me questionaram. “Sim”, respondi. O pinus e o eucalipto são tão estrangeiros quanto o arroz com feijão nosso de cada dia, a laranja e o café do lanche, a alface e o tomate da salada... Nenhuma dessas plantas comestíveis tem origem tupiniquim, embora ninguém as cultive com preconceito.

Utilizo essa pequena história para me amparar no combate ao catastrofismo ecológico e seus raciocínios preconceituosos. A polêmica discussão sobre o Código Florestal atesta a capacidade de confusão que reina sobre a agenda verde em nosso país. Falsos argumentos, quase sempre, baseiam a radicalização do embate entre ambientalismo e ruralismo, recheado de “achismos” que machucam o bom senso. É perfeitamente possível produzir no campo sem degradar a natureza, embora seja necessário encontrar, através da tecnologia e da cultura humana, os limites dessa disputa pelo uso dos recursos naturais disponíveis.

Certas sociedades do passado entraram em declínio, ou mesmo soçobraram, devido ao desmatamento desenfreado, conforme mostra Jared Diamond em Colapso, seu magnífico livro.

Soa ridículo exigir que a agropecuária brasileira retroceda, abandonando áreas ocupadas historicamente pelas culturas e criações que permitiram desenvolver a civilização. Por outro lado, seria o cúmulo da imbecilidade imaginar que a expansão agrícola devesse seguir o rumo do passado perdulário, degradando a natureza.

A necessária adequação do Código Florestal não vai afetar nem a fome no mundo nem o aquecimento global. Esses argumentos extremistas embasam bons discursos, mas nada constroem. Reconhecer e valorizar a agricultura consolidada do País, exigindo boas práticas de produção, não impede avançar na proteção da biodiversidade.

Nesse contexto, existe, com certeza, muito espaço para a silvicultura brasileira avançar, ocupando novas e importantes áreas do território, gerando empregos, renda e divisas. Tal expansão, que julgo inevitável, não poderá ocorrer sob a encrenca dos dualismos estéreis, como aquele que demoniza as espécies exóticas versus o que sublima os plantios florestais. Quem vislumbra o futuro com boa ventura deve apostar no profissionalismo.

A oportunidade política de mais bem encaminhar a agenda florestal se abre com a posse dos novos mandatários, na União e nos estados. Todos estão organizando seus novos planos de trabalho. Chegou a hora de fugir dos chavões – ruralistas ou ambientalistas – e partir para as soluções, acompanhadas de políticas públicas eficazes. Falar em apagão florestal também já cansou a turma.

Ao finalizar, chamo a atenção para um ponto fundamental na agenda da nossa silvicultura: a necessidade de se investir mais na comunicação com a opinião pública. Não adianta reclamar que os incautos adversários da silvicultura só dizem abobrinhas e causam futricas. Torna-se necessário mostrar à sociedade as vantagens das florestas plantadas e convencê-la disso. E fazê-las, efetivamente, se tornarem realidade, embasando o marketing do setor. Tudo com total transparência.

O Brasil não pode temer a agenda ambiental. Pelo contrário, deve tomá-la como um desafio e uma grande oportunidade de liderar a economia verde mundial. Nesse caminho, contará com a força da sua silvicultura. Uma solução inteligente, com certeza.

FONTE: http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=692




quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O NOME E UM MONTE DE BOSTAS

                A primeira característica que praticamente todos recebem antes mesmo de nascer é o nome.
                Sem se preocupar como vai ser: bonito, feio, ter olhos vermelhos, cabelo verde, se vai se tornar um Brad Pitt ou uma Angelina Joulie, ou, quem sabe, um Silvio Santos ou uma Hebe Camargo... ou ainda se vai nascer morto(desculpem a frieza). Não importa as demais qualidades, importa primeiro ter um NOME.
               “O nome (...) é(...) qualquer palavra que siga a flexão nominal, ou seja, a declinação em contraposição à flexão verbal (ou conjugação)(TÁ, TAMBÉM NÃO ENTENDI MUITO BEM ISSO..). Portanto, não só substantivos, mas também adjetivos e, por vezes, as formas nominais dos verbos, podem ser considerados nomes. (CLAREOU UM POUCO.. MAS VAMOS PARA O SENSO COMUM QUE É MELHOR)
                No sentido restrito e no uso comum, o nome é um vocábulo ou locução que tem a função de designar uma pessoa, um animal, uma coisa ou um grupo de pessoas, animais e coisas. (VIRAM? AGORA FOI COMPREENSIVO)
                Acredita-se que antes mesmo da invenção da escrita, os seres humanos já se faziam valer de imagens e sons para denominar coisas e seres, prática que remonta aos primórdios da história da humanidade. (OPÁ! GUARDEM ESSA FRASE QUE VAMOS RELEMBRÁ-LA DAQUI A POUCO). A evolução da linguagem permitiu que fossem criados nomes para designar conceitos abstratos tais como 'tempo', 'amor', 'feudalismo' e 'Deus', por exemplo.” - WIKIPÉDIA
                Bem, agora consulto você: o que realmente significa um nome? Qual a importância dele?
Uma forma de identificação? Pode ser, mas pra quê? Legalmente falando, com ou sem nome, mais importa você ter um RG e um CPF. Sem eles sim: você é um nada. Pode chegar morrendo num hospital dizendo seu nome, seu sofrimento, sua doença, que se você não tiver um documento de identificação com números que comprovem a sua existência (OLHA A QUE PONTO CHEGAMOS: “COM NÚMEROS QUE COMPROVEM A SUA EXISTÊNCIA”) terá a chance de ser ignorado. Pode acreditar!
                Nomes parecem existir para ficar no papel. Qualquer documento legal, cheio de artigos e incisos, é composto principalmente por nomes, vários tipos de nomes: adjetivos, substantivos, verbos, muitos verbos. Mas que na maioria das vezes, não servem pra nada, não são colocados em prática, logo, 'não existem'. Toda essa discussão do Código Florestal (enfim, entrando num tema condizente ao blog) é só mais um exemplo brasileiro de toda a história deste país de corrupção no judiciário, no legislativo e, por fim, no executivo. Toda a polêmica agora é porque Aldo Rebelo, no seu relatório para a reforma do código, não colocou o nomeurbano para designar as áreas que poderiam ser desmatadas; ele falava apenas da área rural defendendo os agricultores, podendo, assim, livrar o seu projeto do envolvimento com essa tragédia das Regiões Serranas do Rio de Janeiro. Um nome é tão importante mesmo para causar toda essa polêmica, enquanto a questão é muito mais simples do que se parece? Serra 'pelada', sem vegetação, é igual a: erosão e escoamento sub superficiais em épocas de chuvas; e da mesma forma ocorre às matas ciliares, etc. E isso leva a mais desabamentos, quanto mais inclinado for o relevo. Simples assim, fácil assim. É assim que acontece. Não é por ser urbano que deixa de ter esse princípio, muito menos por ser rural. E outra, os agricultores são, antes de tudo, tão Seres Humanos quanto os ambientalistas, e qualquer outra 'classe' da sociedade. Portanto, a uma discussão que lida com um fenômeno natural desse porte, que pode ser muito mais fenomenal do que se pensa, não cabe mais separar por zonas, onde se aplica a lei, e muito menos usar dela para defender parte da população e esquecer as demais. É preciso, então que a mesma seja aplicada a um município como um todo e em prol de toda a nação. Todos dependem de todos, pois estamos falando de algo muito maior, que é a vida.
                  Eu ainda acredito no que está em negrito na definição da wikipédia. O homem se expressa muito melhor, e apresenta ser o que realmente é, não com nomes, frases e afins, mas sim com o conjunto de seus gestos. Nos nomes encontramos mentira e hipocrisia. A verdade realmente existe a partir do momento em que é feito o que é dito. Por isso, pouco valem os discursos políticos e por conseguinte é tão difícil saber qual é o melhor candidato à presidência: por ter que confiar basicamente nas suas palavras.
                  Não sei ao certo, mas acredito que os primeiros homens da Terra ou os próprios animais irracionais não têm problemas como nós, humanos capacitados de se comunicar por palavras, por não terem tido a mesma pontencialidade. Claro que esta foi uma ferramenta revolucionária para sermos o que somos. Todavia, pode ser considerada uma arma, se não bem utilizada.
                  Me vejo hoje em dia na mesma dúvida do nosso amigo William Shakespeare em uma de suas poesias mais lindas inseridas na sua grande e eterna obra, Romeu e Julieta: “ O que é que há, pois, num nome? Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem”
Um nome é nada perto do que realmente somos. Se o considera importante, ao menos honre-o sempre, seja qual for a natureza dele, em qual frase estiver, mas, principalmente, se esse nome for o seu.
                 E antes de pensar qual nome seu filho(a) terá, pense em como vai educá-lo(a), pois esta pessoa poderá 'cagar' no nosso planeta ou limpá-lo, o que seria bem mais interessante, não concordam? Por que na atual situação, nem cagando e andando deixamos de fazer monte grande: não há mais espaço para colocarmos tantas merdas, com o perdão da palavra.
Por hora é só!
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Tá bom.... só mais um pouco
as considerações finais:              

               Agradeço a quem teve a paciência e/ou o interesse de ler este post até o fim. Concorde ou não, hoje, essa é a minha opinião e fico feliz de tê-la. Posso estar equivocado, mas assim que se aprende. No mais eu só precisava expor “um pouco” dos meus olhares sobre esse assunto do código florestal, em decorrência do que ele tem sido (mais uma discussão que pode acabar indo pra debaixo do tapete do senado), e sobre a minha vivência pessoal com amigos, paixões e família.
               A respeito do “nome”, infelizmente, caio num paradoxo, pois não teria como ter escrito tudo isso sem ele. Mas foi uma experiencia interessante usá-lo pra me opor a algumas consequências que podem ter a sua origem nele.
                                                                                                    Bruno Vargas Adorno


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Casca de eucalipto pode ser reaproveitada para a produção de etanol


A casca do eucalipto possui açúcares solúveis que podem ser prontamente postos em contato com as leveduras que produzem o etanol por meio de fermentação.
Uma tonelada de resíduo gera 200 quilos de açúcares, que permitirão produzir 100 litros de etanol,segundo experimentos do químico Juliano Bragatto.
"Somando-se o açúcar que pode ser obtido da quebra da celulose, estima-se uma produção adicional de 94 litros, dobrando o rendimento de etanol", destaca Bragatto. "Havia a possibilidade de alguns compostos químicos presentes na casca do eucalipto inibirem a fermentação, prejudicando a produção de álcool, o que não aconteceu."
O rendimento do processo de produção do etanol a partir dos resíduos de eucaliptos é semelhante ao do álcool de cana-de-açúcar. 



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A PRIMEIRA ÁRVORE DE OURO E O BONECO DE PINHO

               Em uma das versões de Pinócchio, o nosso famoso boneco de pinho é enganado por uma “raposa” e um “gato”, que lhe informam que se ele plantasse moedas de ouro no “Campo dos Milagres”, uma árvore carregada de novas moedas nasceria e com valores multiplicados. Esse desejo da ingênua criança de madeira não foi realizado, porém o dos malfeitores foi, que era o de roubá-la num momento que ela deixasse de vigiar as moedas plantadas.
Pinocchio, a raposa e o gato
                Claro que tudo isso nunca passou de um conto de fadas. Nem com os avanços da ciência fazer esse plantio com o retorno esperado foi possível, e nunca o será, haja vista ser uma ideia impossível.... quer dizer, esperamos que seja... ou não. Medo das inovações do século XXI
                Bem isso não importa agora. Essa foi só uma forma inútil mesmo de introduzir nosso mais novo quadro do http://www.engflorestalufg.blogspot.com/ : ÁRVORES DE OURO.
               Inútil nada, tinha um objetivo: abstrairmos da história o valor que uma árvore pode ter. Frutificando ou não moedas, a flora em geral, principalmente para nós, engenheiros e futuros engenheiros florestais, pode ser uma grande fonte de renda; também tem sua importância para agricultores familiares. Além de tudo ela é um meio de subsistência para tribos indígenas, e várias espécies da fauna mundial. É preciso apontar mais características que tornem a nossa flora tão valiosa, em todos os aspectos? Hummm...não né?
               Então deixemos de ladainha e vamos para o que realmente interessa:
LOGOMARCA OFICIAL
DO ANO INTERNACIONAL
DAS FLORESTAS

Aproveitando pelo fato de 2011 ter sido considerado pela ONU o “Ano Internacional das Florestas”, nada mais digno do que conhecermos, então, periodicamente, características de espécies importantes da flora mundial em diversos aspectos. E para começar escolhemos uma candidata de peso: A BARRIGUDA. Chame-a como quiser: árvore-de-paina, árvore-de-lã (sim, os frutos dela secretam internamente uma seda, parecendo lã ¬¬), paineira-de-espinho(na verdade elas têm acúleos robustos), sumaúma, paineira-branca ou paineira-rosa (depende da flor) ou ainda paineira-fêmea(ainda não ficou claro o feminismo desse nome, se ela é hermafrodita); mas para nós da UFG, segundo as aulas do Heleno, sempre será BARRIGUDA mesmo.
O NOME:
Barriguda ou paineira é muito fácil de pronunciar. Tentem dizer: Chorisia speciosa Saint-Hilaire; Pl. Us. Bras.13: t. 63, 1828. Tá digam só o gênero e o epíteto específico. Mas lembrem-se que todo esse conjunto de informações é o nome científico dessa espécie, pertencente a família Bombacaceae ou Malvaceae, subfamília Bombacoideae.
A MORFOLOGIA:
Ela é uma Angiosperma que pode chegar a 30 m de altura e a 120cm de DAP(Diâmetro à Altura do Peito).
FLOR DA PAINEIRA
A casca externa, ou súber(pra quem já viu 'anatomia vegeral') é verde nas árvores jovens e cinza-claro, com estrias verdes nas árvores adultas, lisa ou finamente fissurada, com descamação inconspícua (???aquilo que não é conspícua???). A casca interna (lê-se felogêneo + floema secundário) é de cor marfim, com estrias longas e rosadas.
Folhas: compostas, alternas, digitadas, com quatro a sete folíolos glabros, lanceolados com 10 a 15 cm de comprimento e 4 a 5 cm de largura, com margem serrilhada; pecíolo de 5 a 17 cm de comprimento
Flores: branco-arroxeadas ou branco-avermelhadas, com até 9 cm de comprimento por 3 cm de largura, vistosas, aveludadas, dispostas em racemos axilares e terminais, apresentando grande variação na cor de suas pétalas, do rosa intenso com estrias mais escuras até o rosa quase branco.
Fruto: de forma bastante variável, redonda ou alongada, geralmente oblonga, lisa, coriácea, brilhante, com 12 a 22 cm de comprimento e 4 a 8 cm de diâmetro, cinco lóculos (cavidades) deiscentes (isso foi redundante?), de cor parda, com fibras brancas. (Marzinek & Mourão, 1999). Cada fruto produz, em média, 120 sementes.
Sementes: marrom-escuras a pretas, pequenas, achatadas, redondas, envoltas por pêlos branco-amarelados (paina, lã), muito leves, elásticos e lustrosos, dispostas em cinco fileiras. As sementes contêm óleo (reserva para o vegetal no período de germinação).
ECOLOGIA:
Espécie Secundária. É muito solitária e não gosta muito de viver próxima de outras barrigudas, por isso tem uma distribuição ampla. Não é muito longeva (não é muito duradoura).
É encontrada naturalmente na Floresta Ombrófila Mista, onde é rara; e em outros tipos de florestas como a Estacional Decidual/Semidecidual, nos domínios da caatinga, na bacia do rio Uruguai e na UFG na saída do bloco ICB rumo a pamonharia.
REPRODUÇÃO
Polinizada normalmente por beija-flores e morcegos (quiropterofilia), mas principalmente por borboletas. Floresce no Verão e início do Outono. Frutificação inverno e início da primavera. Dispersão dos frutos anemocórica (pelo vento). É tolerante a várias condições edáficas (que diz respeito ao solo).
MADEIRA:
Leve, fraca e de rápido apodrecimento
pouco utilizada, sendo usada em aeromodelismo, material isolante, flutuadores, enchimento de portas, embalagens leves (folheados ou madeira compensada), caixas, forro de móveis, cochos, gamelas, tamancos, canoas, divisórias e outros usos que não requeiram resistência (Maixner & Ferreira, 1978).
resumindo: lenha de péssima qualidade.
OUTRAS UTILIDADES:
Óleo: constitui 15% a 20% das sementes, semelhante ao de algodão, aproveitável para fins industriais e alimentares (Wahnschaffe, 1931).
paina: pode ser usada como isolante acústico ou térmico. Substitui, com vantagem, a espuma dos travesseiros, podendo também, ser usada para enchimento de almofadas, acolchoados, cobertas, colchões, no forramento de agasalhos e estofaria de móveis, na fabricação de equipamentos de flutuação e salva-vidas.
Medicinal: da resina e da casca, cozidas juntas, faz-se uma espécie de emplastro, muito usado em medicina popular, no tratamento de hérnia, ínguas e queimaduras (Lopes, 1986; Franco & Fontana, 1997)
A Paineira
Paisagístico: planta de grande efeito ornamental, pelo porte avantajado, beleza das flores e por apresentar florescimento abundante e prolongado (Lorenzi, 1992). A paineira é freqüentemente cultivada em parques, praças, jardins e em avenidas nas cidades brasileiras, entre as quais, Foz do Iguaçu – PR (Costa & Kaminski, 1990). É espécie decorativa em qualquer estágio vegetativo, sendo usada na arborização rodoviária. Na zona rural, é usada como árvore de sombra e ornamentação das estradas de acesso e jardins das sedes das fazendas (Cesp, 1988; Silveira & Kirizawa, 1986).
Reflorestamento para recuperação ambiental: a paineira atrai muitas aves, principalmente os periquitos, que costumam freqüentar a espécie antes da época da disseminação, estraçalhando as cápsulas imaturas, à cata das sementes sob a paina úmida (Kuhlmann & Kuhn, 1947).

(FONTE: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/index_especies.htm)


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Oásis artificial pode ser início de "floresta no deserto"

Floresta no deserto vai começar com oásis artificial

Se o projeto-piloto for bem-sucedido, a ideia é converter áreas desérticas inteiras em verdadeiras "florestas". [Imagem: Sahara Forest Project].

(...)A Fundação Bellona, financiada pelo governo da Noruega, acaba de obter autorização do governo da Jordânia para construir o primeiro protótipo de um oásis high-tech.

Sob o pretensioso nome de Projeto Floresta no Saara, a fundação começará, em 2012, a construir seu primeiro oásis, em um terreno de 200.000 metros quadrados, em Aqaba, próximo ao Mar Vermelho.
Se o projeto-piloto for bem-sucedido, a ideia é converter áreas desérticas inteiras em verdadeiras "florestas", fundamentadas na alta tecnologia e no aproveitamento dos recursos naturais.
Joakim Hauge, coordenador do projeto, afirma que a ideia é tirar proveito da abundância que o mundo tem de luz do Sol, água do mar, dióxido de carbono e terras áridas.
"Esses recursos podem ser usados para a produção lucrativa e sustentável de comida, água e energia renovável, ao mesmo tempo combatendo o efeito estufa ligando o CO2 a novas vegetações em áreas áridas," diz ele.




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A HORA DO PLANETA

É só uma hora, mas que pode fazer muita diferença!


Este é um grande projeto mundial apoiado pela ONG WWF.
Diz respeito a todos os habitantes de cada país reservarem apenas uma hora no período noturno de determinado dia para não usarem qualquer objeto que gaste energia elétrica: principalmente as lâmpadas.
E esse ano acontecerá no sábado - 26/03- das 20:30 às 21:30
SIM, seria uma hora de total escuridão, se não fossem as velas que todos, normalmente, acendem para ir às ruas e contemplar um momento muito bonito visualmente e devido aos recursos da Terra, utilizados para produzir energia elétrica, como a água, que deixam de serem gastos por uma hora!

Veja abaixo o vídeo de divulgação desse momento, com base nas realizações precedentes.
Obs.: o link para este ficará incluído na faixa direita, entitulado "A HORA DO PLANETA" para que você possa ver com mais facilidade. Lembrem tbem de divulgar essa ideia. Até março!




Iglus plásticos substituem estações de tratamento de esgoto

Pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo sistema de tratamento de esgotos simples e barato e que tem a mesma eficácia das grandes instalações de tratamento.
Os iglus foram projetados para aliviar a carga de poluentes de lagoas usadas para tratar resíduos.
Pequenas comunidades usam lagoas de águas residuais como método primário de tratamento porque elas são simples para operar e baratas. As águas residuais são mantidas na lagoa por períodos que vão de um mês a um ano, para que os sólidos decantem.
A luz solar, as bactérias, o vento e outros processos naturais fazem o resto, limpando a água. Em comunidades maiores pode-se usar a aeração para otimizar o processo.
Os problemas surgem quando a comunidade cresce e a lagoa não dá mais conta do recado. A migração para uma estação de tratamento completa pode custar muito caro.
Iglus plásticos para bactérias substituem estações de tratamento de esgoto
Os iglus instalados para a bateria de testes. Para operar eles devem ficar totalmente submersos. [Imagem: Waste Compliance Systems Inc.]

Continuem lendo essa matéria no Site Inovação Tecnológica 
Boa Leitura!

domingo, 23 de janeiro de 2011

DISCUTINDO SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL!

           As perguntas são: Você é a favor ou contra a reforma do Código Florestal? Qual a sua opinião sobre isso, após as tragédias das cidades serranas do Rio de Janeiro? Essa tragédia pode ser mesmo correlacionada a nova reforma do código, ou é mais um problema urbano? Espera.... estamos enchendo você de pergunta, mas antes de tudo, sabe mesmo opinar sobre essa questão? Você conhece as mudanças que estão sendo propostas e a origem de toda essa problemática? Você, leitor, está completamente atualizado sobre o assunto? Caso não esteja, lendo essa publicação, "Entenda o problema em torno do Código Florestal", do Engenheiro Agrônomo Geomensor, Ciro Siqueira, com certeza você terá um norte a respeito dessa polêmica.
           E claro, não deixe de acompanhar as notícias a cada dia que passa, elas estão circulando por todos os meios de comunicação nas mais diversas opiniões, até março, quando ocorrerá a votação para a reforma. Após esse mês, o tema será outro: o ganho e/ou a perda com a reforma ou não reforma, ou o que é pior, "o que fazer depois que TUDO VIROU PIZZA?", como é o costume. É claro que nós, não senadores, somos incapacidatos de contribuir com nosso voto, porém vale a pena nos prepararmos para o que vem aí.
            No mais, temos o ministério público a que recorrer. Façamos o nosso papel como cidadão e busquemos as melhores soluções para as florestas e a socidade brasileiras e mundiais, pois uma verdadeira nação pode ter muito mais força do que essa, pouco politizada, em que vivemos.



sábado, 22 de janeiro de 2011

O que é agroecologia?

          O conceito de agroecologia quer sistematizar todos os esforços em produzir uma proposta de agricultura abrangente, que seja socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável; um modelo que seja o embrião de um novo jeito de relacionamento com a natureza, em que se protege a vida toda e toda a vida. Nesta visão se estabelece uma ética ecológica que implica no abandono de uma moral utilitarista e individualista e que postula a aceitação do princípio do destino universal dos bens da criação e a promoção da justiça e da solidariedade como valores indispensáveis.
          Na agroecologia a agricultura é vista como um sistema vivo e complexo, inserida na natureza rica em diversidade, vários tipos de plantas, animais, microorganismos, minerais e infinitas formas de relação entre estes e outros habitantes do planeta Terra. Não podemos esquecer que a agroecologia engloba modernas ramificações e especializações, como: agricultura biodinâmica, agricultura ecológica, agricultura natural, agricultura orgânica, os sistemas agro-florestais, permacultura, etc.
          (...) Fazer agroecologia é (...) compreender a vida a partir de um organismo vivo, seja ele planta, animal ou próprio ser humano. APREENDER AS RELAÇÕES CONJUNTAS E APREENDER QUE O PLANETA TERRA NÃO É O LUGAR DO QUAL VIVEMOS, E SIM, NO QUAL VIVEMOS.






sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Madeira tratada melhora desempenho da construção civil

Além de ser mais barata, a madeira tratada de florestas plantadas oferece resistência a pragas, dura mais e é ‘ecologicamente correta’

O fator cultural está ligado diretamente à resistência na utilização de madeira tratada de florestas plantadas na construção civil, afetando o setor industrial-madeireiro nacional. De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM) Flavio Carlos Geraldo, no Brasil o alicerce construtivo baseia-se em construções feitas de alvenaria, bem diferente do que acontece nos Estados Unidos e Austrália.


Segundo o executivo, a falta de conhecimento interfere diretamente no uso da madeira tratada na construção civil. “Muitos arquitetos não conhecem os benefícios do uso desse material, que pode oferecer maior empenho nas composições estruturais, pois a robustez aliada ao tratamento químico resulta em longevidade, fica de 10% a 20% mais barato que estrutura com madeira nativa serrada, oferece boas características técnicas, beleza singular e acima de tudo é uma opção sustentável.”, destaca Flavio.


São produzidos por ano no Brasil, um milhão e duzentos mil metros cúbicos de madeira tratada, considerando que 10% se destinam a construção civil, já que para os setores elétricos e ferroviários 15%, os outros 60% ao setor rural, com a elaboração de mourões, esticadores entre outros. Na construção civil como um todo, não existe restrição para o uso da madeira tratada. As opções de projetos estruturais são várias, entre elas, casas, pontes, passarelas, playgrounds, coberturas, mirantes, telhados, galpões, entre outras.


O tratamento de eucalipto e pinus é realizado em usinas de tratamento por vácuo pressão ou autoclave. “Existem 250 unidades de tratamento no Brasil. Funciona assim, num cilindro [autoclave] são introduzidos os produtos químicos preservantes, que variam de acordo com o tipo de árvore utilizada.”, afirma o diretor da ABPM.


Com auxílio dos campos da mecânica e da química, o equipamento de autoclavagem, é o único com capacidade de impregnar profundamente a madeira com produtos inseticidas e fungicidas de ação comprovada, protegendo o suplemento contra apodrecimento, cupim e outros problemas biólogos de deterioração.


Segundo Flavio Carlos Geraldo, a madeira cultivada tratada na construção emprega muitos benefícios, além de ser ecologicamente correta, poupando o planeta, diminui a pressão sobre matas nativas. Considerado um recurso 100% renovável de ciclo curto, além de garantir maior durabilidade para peça final.


“Uma peça retirada da mesma família [mesma árvore] empregada com a mesma finalidade, pode obter diferença de durabilidade de 10 anos.”, diz ele. A de eucalipto ou pinus tratada com sistema técnicos das NBR pode ter durabilidade superior a 15 anos.


Fonte:Celulose Online


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

DOWNLOADS

A PARTIR DE AGORA VOCÊ PODERÁ FAZER DOWNLOADS DO QUE DISPONIBILIZARMOS NO BLOG CLICANDO NOS LINKS ABAIXO.

SOFTWARES:

 Chave interativa de Identificação
 baseada em caracteres gerais e
 macroscópicos
(FONTE)

LIVROS:
BIOETANOL DE CANA-DE-AÇUCAR. Energia para o desenvolvimento sustentável.
Bioetanol de Cana-de-Açúcar - Energia para o Desenvolvimento Sustentável,
Organizado por Luiz Augusto Horta Nogueira, professor do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá.Que foi disponibilizado para consulta gratuita na internet
(FONTE)



FÍSICA II -HALLIDAY


ARTIGOS E PDFS:
Agroecologia : conceitos e princípios
Agroecologia :conceitos e princípios, elaborado por Francisco Roberto Caporal e José Antônio Costabeber em Brasília no ano de 2004.


Agroecologia.Enfoque científico e estratégico
Agroecologia.Enfoque científico e estratégico foi elaborado por Caporal, Francisco Roberto
Costabeber, José Antônio em Porto Alegre no ano de 2002.

Entenda o problema em torno do Código Florestal. (A FAVOR DA REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL)
Elaborado por Ciro Ciqueira - Engenheiro Agrônomo Geomensor
(FONTE)

 
CÓDIGO FLORESTAL: Entenda o que está em jogo com a reforma da nossa legislação ambiental (CONTRA A REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL)
Cartilha produzida por sete organizações não governamentais que integram o SOS Florestas.
O material faz um resgate da história e da importância do Código Florestal e alerta para as graves consequências da aprovação pela Câmara dos Deputados do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB), que fragiliza a legislação ambiental.

Ano Base 2009


Catalogo de plantas e fungos no Brasil


Volume 1
Volume 2



`CUSTOS E BENEFÌCIOS PARA O MANEJO FLORESTAL
Projeto Piloto de Manejo Florestal (IMAZON/WWF), em Paragominas, Pará.
http://www.megaupload.com/?d=JQ2QQUCH



Guia de Financiamento Florestal 2010

Serviço Florestal Brasileiro
Guia de Financiamento Florestal –2010 – Brasília: 2010. SFB. 37 páginas

(Fonte)




Sistemas Agroflorestais

E aí pessoal, curtindo o blog?
Bem, essa postagem é bem interessante não só pra aqueles que cursam Engenharia Florestal, mas também a critério de conhecimento de outro modo da utilização mista de dois grandes potenciais econômicos (a AGRICULTURA e o SETOR FLORESTAL), sem perder o mais visado por todos: o LUCRO(para poder comparar esse critério do lucro temos que lembrar que o mesmo depende de vários fatores que poderemos discutir depois num próximo post).
Um Sistema Agroflorestal - SAF não é dificil de fazer, não é coisa de outro mundo, aliás, poderíamos sim dizer que é coisa de um mundo melhor, mais saudável e sustentável, a partir de sua análise, além de ser o topo da Agroecologia.
Pensar em SAF é pensar na estabilidade e resiliência de um agroecossistema, pois baseia-se na diversidade de espécies, que juntas, cooperam para a capacidade de resistência e recuperação do meio às perturbações externas.
Desenvolver um SAF requer a observação, manejo e compreensão da vegetação nativa em se recuperar. Neste o agricultor é parceiro fiel da natureza e de seu processo de sucessão natural.
A sucessão natural se inicia com o mato rasteiro, depois um mato maior, na seqüência uma capoeira mais fina e por último uma capoeira densa e grossa. Todo esse complexo recupera e mantém o solo e suas características mais importantes bem como sua vegetação nativa.
Esta condição de riqueza e estabilidade favorece ao agricultor uma boa produção de forma mais sustentável, com retornos e ganhos para ambas as partes.
A agrofloresta é uma agricultura diferente, baseada na diversificação das espécies com várias funções na mesma área, que vão desde a produção de matéria orgânica para o solo, leguminosas para fixação de nitrogênio e adubos, forragem, madeiras para lenha, bem como alimentos e incremento de renda para as famílias.
Esta forma de agricultura é de boa qualidade e melhora a qualidade de vida das famílias, envolvendo o agricultor, a mulher agricultora e o jovem agricultor na atividade.
Bom, mas toda boa prática de agricultura requer cuidados que intensifiquem o seu desenvolvimento. O manejo de um SAF necessita de conhecimento e técnicas a serem realizadas no momento certo, para se obter os resultados esperados. Dentre as práticas agroflorestais importantes estão:
Capina Seletiva
Plantio Consorciado Denso
Poda (de rejuvenescimento e drástica)
Uma agrofloresta pode ser implantada em qualquer área, desde que o agricultor/a conheça as potencialidades de cada uma e considere quatro pontos importantes que são as condições do solo, o que se quer produzir, o calendário agrícola e a vegetação nativa. A partir desses princípios pode-se partir para uma boa organização do SAF.
Fazendo parte desse sistema se colabora para a manutenção da natureza e suas potencialidades, jamais esquecendo do seu princípio.

Princípio da Agrofloresta: Viver sustentável, diversificando a produção, garantindo a produtividade dos solos durante o ano todo, em todos os anos.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O que é Reserva Legal?

RESERVA LEGAL é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, ressalvada a de APP, representativa do ambiente natural da região e necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas, equivalente a, no mínimo, 20% da área total da propriedade.


Fonte: Cartilha "Nova Lei Florestal de Minas Gerais - Manual para o Produtor Rural" - Assembléia Legislativa de Minas Gerais - Novembro de 2009.


Definição da Lei 4771:

Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas; (Lei 4771 - art.1° - §2° - III)


Fonte:http://www.ciflorestas.com.br/cartilha/






AS FLORESTAS E OS DESLIZAMENTOS DE ENCOSTAS.


Bom Dia Floresteiros!

Artigo de de Osvaldo Ferreira Valente*

Terça, 18 de janeiro de 2011
Os desastres originados de fenômenos naturais, como os que acabam de acontecer na Região Serrana do Rio de Janeiro, despertam a solidariedade de todos os brasileiros e de pessoas do mundo inteiro. Muitas coisas são ditas a respeito, muitas entrevistas são divulgadas pelas redes de televisão e pelos jornais e revistas. Muitos conselhos e indicações de procedimentos para soluções dos problemas. Também muitas bobagens, como artigos que aproveitam para dizer que as reformas do Código Florestal vão agravar os problemas, que as encostas escorregam porque não estão cobertas por florestas e outras tolices mais.

Vi, num programa de televisão, logo depois da tragédia na Região Serrana, uma apresentadora dizer que a sua área de trabalho estava protegida dos riscos de deslizamentos da encosta logo atrás, pois a área estava coberta de floresta e sem nenhuma intervenção humana. Não é bem assim, ela estava desconhecendo os fenômenos naturais que fazem as superfícies da Terra, principalmente as mais inclinadas, estarem sempre procurando novos pontos de equilíbrio.

As serras são muito rochosas. Ao longo do tempo, e em algumas encostas, foram sendo formadas camadas de solos sobre lajedos e, sobre essas camadas, foram surgindo vegetações diversas até chegar à formação florestal. Os solos são rasos, portanto, e com a sequência de chuvas na região de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo, ao longo de todo o dezembro de 2010 e o princípio de janeiro de 2011, estavam encharcados, bem próximos da saturação. Por isso, as chuvas intensas da madrugada do dia 12 (também fenômeno natural) saturaram camadas de solos sobre lajedos das áreas com fortes declives, mas cobertas com florestas, dando a falsa impressão de estarem absolutamente protegidas. Ali foram formados escoamentos que chamamos de sub-superficiais, ou seja, verdadeiras enxurradas ocultas, correndo abaixo das superfícies, desestabilizando as camadas de solo e provocando os escorregamentos.

A terra transportada, levando árvores inteiras arrancadas, ao encontrar obstáculos como as casas construídas nos vales logo abaixo, devem ter formado pequenas represas momentâneas, acumulando volumes razoáveis de água. Como eram momentâneas, elas passaram a se romper quase ao mesmo tempo, formando grandes massas de água e lama que foram se unindo enquanto desciam e levando tudo que encontravam pela frente. A partir daí, os fenômenos naturais se juntaram às ações humanas e os desastres foram inevitáveis. Os vales são estreitos e as casas se concentravam em suas partes mais baixas, agravando tudo ( a Foto 3 mostra o vale rodeado de encostas florestadas, mas com pontos de escorregamento).

Como já deve ter ficado claro para o leitor, as florestas que ocupam encostas, com as características descritas, não são capazes de evitar os deslizamentos. Acabam indo junto e colaborando para agravar os problemas nos vales abaixo. Troncos, galhos e folhas ajudam na formação de diques provisórios e que se rompem logo a seguir, levando grandes volumes de lama e com poder de destruição aumentado. Já vimos coisas semelhantes em Santa Catarina e em Angra dos Reis, em anos passados. Massas florestais inteiras, deslizadas e ocupando os vales. Nós temos a mania de acreditar que as pobres árvores podem resolver todos os nossos problemas. Se elas pudessem falar, certamente reclamariam de muitos encargos que elas não podem suportar. Por isso, não aconselharia a apresentadora a se sentir protegida, por perceber, apenas superficialmente, que a encosta das proximidades está segura.

Perguntaria o leitor: o que fazer, se o fenômeno é natural? Os geólogos Edézio Teixeira de Carvalho e Álvaro Rodrigues dos Santos, ótimos especialistas no assunto, têm insistido, em artigos e entrevistas, na feitura urgente de cartas geotécnicas de cidades que ocupam encostas. Com base em tais cartas, planos diretores definiriam as áreas de risco e ordenariam as ocupações, prevendo, inclusive, a retirada de moradias nelas já existentes. O Governo Federal, através do Ministério das Cidades, poderia financiar a feitura das cartas e treinar pessoal para usá-las na composição dos planos diretores. Posteriormente, criar programas de financiamentos para que os municípios possam desocupar áreas de riscos já habitadas.

A prevenção será sempre mais barata do que a reconstrução, além de preservar o bem mais precioso que existe – a vida. Que as expressões de pânico e tristeza, mostradas nas telas de nossas televisões, sejam inspiradoras das muitas reuniões que estão sendo feitas por autoridades, para que planejem ações técnicas e não fiquem apenas nas lamentações e na identificação de culpados, e sempre em administrações passadas, obviamente.

*Osvaldo Ferreira Valente é engenheiro florestal, especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas e professor titular, aposentado, da Universidade Federal de Viçosa (UFV); colaborador e articulista do EcoDebateovalente@tdnet.com.br
Fonte: Ecodebate