A PRIMEIRA ABORDAGEM DO ESPAÇO DAS ESPECIALIZAÇÕES: ERGONOMIA

O blog, na preocupação de esclarecer e buscar assuntos relativos ao setor de Engenharia Florestal, não podia deixar de explorar informações inerentes, principalmente, aos estudantes que estão em processo de decisão sobre em que se especializar.

A ideia dessa seção será buscar as profissões sugeridas por vocês, próprios alunos da UFG, para haver participação direta de todos.

Mas para a primeira profissão, ou melhor, especialização, a escolha partiu dos moderadores do BLOG, ainda com a intenção das informações serem de interesses de todos. Por isso a escolhida foi Ergonomia. Por favor, não a confundam com Ergometria, está é direcionada aos conhecimentos de Educação Física.

Mas como pedir para não ser feita tal confusão sem se fazer a explicação do nosso objeto em questão?

Até a quem já sabe do que se trata, garantimos que a leitura abaixo será válida.

Aproveitem:

ERGONOMIA

(Fundamentado na dissertação para grau de Mestre em Engenharia de Jane Pilotto na Universidade Federal de Santa Catarina.)

“Deveríamos procurar entender sempre as transformações e variações da natureza e a luz, o som e os perfumes que despertam nossas emoções.”

Roberto Burle Marx

A partir da revolução industrial, com o surgimento da “fábrica”, que a ergonomia começou a ser estudada como ciência.

Segundo Iida(1990), “ A Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem”.

Uma vez que não é especificado se há um tipo de trabalho q a ergonomia estuda, aplica-se a todos os tipos, podendo-se dizer, então, que um ergonomista é um especialista capaz de atuar dentro de qualquer profissão, ou ser um profissional de qualquer área do conhecimento especializado em aplicar as qualidades ergonômicas para si e para os outros. Ou seja, temos: ergonomista-designer, ergonomista-professor, ergonomista-psicólogo, ergonomista-arquiteto, etc. Não deixando de mencionar o ergonomista-engenheiro (florestal, civil, de produção, e outros)

Dentro das 4 divisões básicas do estudo de um Engenheiro Florestal (Silvicultura, Manejo Florestal, Ambiência, e Tecnologia), esta especialização é relacionada à Ambiência, justamente por lidar principalmente com o ambiente onde se trabalha.

Iida (1990) ainda cita que “para realizar o seu objetivo, a ergonomia estuda, dentre outros aspectos, as características do ambiente físico que envolve o homem durante o trabalho, como a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases, etc.”

“ A máquina humana” é também um dos estudos da ergonomia aplicado sobre:

• 

  Um exemplo clássico e simples de técnica 

  ergonômica que podeajudar no

  rendimento do trabalho

  - UMA BOA POSTURA-

  as características antropométricas;
• as características relacionadas com o esforço muscular;
• as características ligadas à influência do meio ambiente;
• as características psicofisiológicas;
• as características do ritmo circadiano (ciclo biológico de uma pessoa a cada período de 24 horas).

Portanto observa-se uma nítida relação, na ergonomia entre: a influência do meio ambiente às características psicofisiológicas do trabalhador, bem como o oposto simultaneamente. É um jogo de ação e reação que tende tornar o trabalho harmonioso ou não. E diríamos que a Ergonomia vem para torná-lo harmônico, mas principalmente,seguro.

E para ser feita essa ligação é que, para a Ergonomia, as principais ferramentas de trabalho são os sentidos, tanto os comuns (visão, tato, olfato, audição, e paladar) como os especiais (das formas, de harmonias, de equilíbrio, de espaço e de lugar).

A qualidade do meio ambiente pode ser interferida por quatro fatores básicos classificados quanto quatro dos sentidos comuns do homem. Listados abaixo:

• visão – nível de iluminação, cores, formas;
• audição – nível de ruídos;
• tato – sensibilidade térmica (para o calor e o frio), vibrações e pressão, umidade relativa do ar, sensibilidade aos ventos;
• olfato – qualidade do ar (odores, poeiras), poluição atmosférica (gases tóxicos).

Após ter conhecimento de todos esses estudos ergonômicos, vejamos um exemplo de como um ergonomista pode aplicar suas técnica:

*****Segundo Jane Pilotto(1997), podem ser criadas condições para amenizar o desgaste, físico e emocional, diante da necessidade de que os trabalhadores têm, de permanecer 9 horas diárias em seu local de trablaho. Pilotto, que defende que as áreas verdes são um contribuinte eco-ergonômico, listou, então, algumas conclusões de como a ergonomia atua de forma a solucionar essa questão:

• Ambientes agressivos, áridos ou insalubres, podem ser humanizados com a criação das áreas verdes.
• A carga mental excessiva e o “stress”, causados pela rotina de trabalho, podem ser aliviados, se o trabalhador estiver convivendo em ambientes saudáveis. Ambientes com áreas verdes são saudáveis e contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores, tornando-os mais satisfeitos e produtivos.

• 

  UM AMBIENTE SAUDÁVEL COM ÁREA VERDE
   QUE PODE MELHORAR UM AMBIENTE
  DE TRABALHO E OUTROS.

  A metodologia desenvolvida, definindo as funções precisas a serem cumpridas pelos vegetais, bem como a seleção criteriosa das espécies, permite uma considerável melhoria dos ambientes de trabalho, conservando o meio ambiente natural.

A técnica ergonômica descrita acima acaba por se relacionar a uma outra especialização de um Engenheiro Florestal: o paisagismo (que poderemos tratar com mais detalhes depois)

“Em ergonomia, desviamos o foco, das técnicas que transformam o espaço, para os homens que trabalham nessa transformação e, principalmente, para aqueles outros que irão vivenciá-lo. Essa mudança de orientação traz, implícita, a necessidade de observamos e compreendermos os comportamentos humanos. “- Jane Pilotto(1997)

Bibliografia: PILOTTO, J. Áreas Verdes para a Qualidade do Ambiente de trabalho: um Questão Eco-ergonômica. Universidade Federal de Santa Catarina, dissertação de mestrado, Florianópolis, 1997.